Em meio a alma empoeirada, eis o bolso exposto, a sentir.

2 de fev. de 2012

A maior caixinha .



Essa caixa é estranha...
Como ela consegue transmitir tanto em apenas quatro linhas ligadas entre si ?
Tâo simples como um não saber...
Minha admiração mora bem aqui.
Há tanto e mais um pouco desse girar de conceitos e temores de todos e meu.
Há o embalar cativante de um sol que mostra e também de uma lua que tenta esconder.
Tantos montes como aqueles que construimos ao passar de cada instante. Podem ser vistosos e cheios de verde e vida como um pouco de abraço de cada um, ou carta, sorriso; como também uma torre de preceitos e medos como num vulcão que coloca fora o que tá dentro.
E há ainda ruas, muitas curvas, pessoas andando, confusas.
É como muitos vêem também, eu acredito.
Mas vejo que há um insitência em adimirar a passagem por estas ruas querendo aquelas, mesmo que incoscientemente (e nem tanto).
Aquelas, calmas, retas e paz. Acho que aqui se encaixa perfeitamente o arco-íris, e a graça de sorrir e chorar.
E também se vê céu azul. Pode ser que tenha algumas núvens, escuras, querendo colocar pra fora (assim como minha caixa)o desenhar de seus montes, arranha-céus, altos e invasivos como o estar só. Mas vejo que elas percebem o azul celeste bem ali e vêem sua cor juntamente com seus tons de rosa, que se misturam com luz radiante de felicidade encontrada num algodão-doce.
Não dá pra ver porém as músicas, mas se escuta de tão belas e acaba se sentindo enfeitiçado a bailar e entrar na ciranda da vida.
Tanto pra se ver lá fora e tantos óculos escuros filtrando tanta luz.
Nem mesmo a caixa, ou ainda a luz refugente ou eu sabemos o porque.
Talvez isso seja viver, ou ainda se viver muito.
Ou quem sabe não saber viver.

28 de nov. de 2011

Cansaço .




Nem sei por onde começar...
E quando é mesmo que a gente sabe ?
A ideia de que tudo pode ser colocado no começo de uma linha, a crescente idéia de que tudo tem um começo, meio e fim. Eu não vejo sequência ou isso nos céus e nuvens que passam por meu quarto.
O que é fato é que há um sol lá fora, não é invenção, ele chega bem cedinho, mas também vai embora.
O que de fato começa ou termina ?
Já não consigo contar o rastro de incompreensão que deixo...
Hoje, concordo, não é um dia bom. É, o sol não sorriu pra mim aqui e nem deu adeus quando foi. A graça (se tem) disso tudo é que ainda tenho dedos aqui, nem tão precisos, mas ainda consigo tatear e alguns sorrisos guardados naquela caixinha bem ali, mas também nem ajudam tanto.
O que anda difícil, ou nem caminha tanto, insiste em me acompanhar aqui, parada, estática, sem entender são esses retratos, que me tonteia intimamente, me tatua inteira e não foge.
Gostaria até de saber REcomeçar...
É, não sei tentar ! Desisto de tanto silêncio. O começo serviu ?
Então me diz, por que ainda o meio foi tão inextimável a ponto de caixa empoeirada embaixo da cama, embaixo da casa, embaixo de tudo ? E o fim ? É isso ? Ou anda procurando ainda algum sentido em meio a tanto não e contradéias e ideais que não se fundem de tão contrários ?
Ai, estou de volta...
Prazer, estou realmente de volta!
Já nem reconheço essa casa sabe ?
A porta que andava meio emperrada, fechou. A sala conseguiu cobrir qualquer vestígio de cor e os quartos, ahhh, os quartos, o quarto se resume a isso, só.

6 de set. de 2011

Aprendendo a andar.




Um dia quente, outro pura neve.
Desde que me entendo (ou não) por gente ou, mais uma aspirante a compreensão de quase tudo, acreditava e admitia a constancia dos dias como chuva na janela, rua deserta, campo em verde perene.
Talvez até seja branco, "clean" e encantante. Para alguns, e me incluia.
O que acontece e istiga a minha dúvida é que quanto mais se anda e pensa que se sabe andar é quando você aprende os primeiros passos.
Estou talvez, com um ano de idade. Quem sabe até menos...
Tentei hoje, com toda inocência pegar a luz do sol e guardar no meu baú, quiz tentar apenas, não me julgue por favor.
Sei bem que posso fomentar ou alimentar a mim nesses dias quem eram quentes e são inverno. São tantos que não consigo nem mais contar (talvez tenha menos que um).
Única, congelo no meu quarto os meus pés na tentativa de alguma solidez, alguma segurança, mas não vi apoio ainda. Não consigo me segurar...
Estou absolutamente esvainecendo a cada pulo do ponteiro, esgotando e indo embora minhas linhas. Estou prestes a nascer, acredito.
Desaprender ?
Não consigo ao menos andar nas linhas que há detrás do teu dizer, nem ao menos contar as tuas malícias e carinhos soltos e que procuram-me como alvo.
Nunca fiz isso, nunca brinquei assim, juro.
Ah, se ao menos tivesse um desses rastreadores de sentidos e pensasse como você, seria simples.
E eu seria como a neve, lamento.
Sou pura chama, não consegues ver ?
Mais vermelho do que qualquer outro tom.
Sou aprendiz de quase um pouco de todo o céu e ainda tento nadar nesse mar enorme, até consigo. Mas gosto de me afogar, muito mais.
Sei que posso confundir, mas sou clara, e só quero uma coisa:
Andar em suas entrelinhas de ser eu e contar seus muitos sorrisos espalhados, como tapete, como o sol que se pôe, de uma imensidão em cada hora.

6 de mai. de 2011

Auto-indefesa .




Setas e mais setas.
Quero um dia ter essa rede e em repouso poder dizer, enfim, que passou.
Mas vem cá,
acreditas mesmo que me atinge ?
Incrível como pensas e iludes sua circuntâncias pesadas ao meu redor.
Canso não disso, mas da insistência.
Não vês, com toda certeza, minha armadura de esmeraldas e meus pés firmes e compactos.
Ahh, eu não me canso. Eu me reforço, me encaro e vejo meu espelho.
Não vais conseguir.
Eu estou preparada, sempre estive e hoje te enchergo pelo espaço que me cabe ver.
Não me detenho ao te expulsar daqui, do meu e só meu armário.
Nem vem, nem se desgaste tanto, é inútil.
Estou armada, estou a espera de uma brecha, estou perto.
Venha aqui, tente ao menos entrar.
Estou armada e protegida, nem tentes.
É disso que eu vivo, é nisso que me sustento, não queira.
Nem seques ou ilumines o meu rosto, estou suada e forte, pulsante.
Não venhas, não tens espaço em tanta parede.
Não percebes que meu coração é assim, fixo e cheio de barreiras ?
Sou insuficiente, sou incapaz, sou pouco.
Quem sabe um dia, deixe a porta entre-aberta.
Quem sabe ?
Eu não sei.
Eu quero e sempre quis estar aqui, mas você insite em me querer em tudo.

4 de mai. de 2011

Alado .



Em intimidade e discordância comigo, acalento-me e acelero.
Talvez seja mesmo um daqueles momentos em que algum eu fale mais alto, em confusão com tantos e um.
Descompasso.
Tento o contrário do que o inconsciente pede e consegue.
Será que em algum instante eu me conheci? Soube o que queria fazer ou o que é melhor?
Melhor, porque a rua torta ou ainda, à volta?
Não dá pra entender, não dá pra me entender, não dá pra achar.
As circunstâncias parecem tão poderosas, como quem rouba o calor do sol e esconde de tão escuro...
É natural eu não ver? Porque não dou ouvidos ao vento? Leve, simples, claro.
E machuca, aperta e me coloca na caixa que se diz minha e que eu não quero, pequena pra tamanha verdade, pra tanta vontade de pássaro, voar.
Não, também não digas que é banal ou, muito pior, besteira.
Talvez eu apenas não coloquei os sapatos, ou ainda não peguei aquela passagem pra linha reta que fica logo ali.
Perdoe-me.
São apenas colunas, são paredes, são papéis que ainda precisam de cor.

30 de abr. de 2011

Câmara escura



Acho engraçado, ou até mesmo estranho. Como pode apenas quatro linhas ligadas dizer tanto ?
Da minha caixinha lateral, minha janela observo tanto e tão pouco...É como se o sol quizesse tudo mostrar e a lua quizesse esconder. Vejo multidão, rua e suas curvas, confusão
É inquietante saber(ou não), tal como eu, há muitos que da janela observam, o que? Talvez uma oportunidade, um anseio, um desejo reprimido [comprimido, pelo tempo]?
Talvez nem seja tão engraçado assim...
É simples como um não sei.
Concordo até que somos instrumento, ou melodia exposta. Mas de onde vem as notas, ou melhor por que não as notas dissonantes ?
Eu me retraio ao imaginar o quanto há detrás dessa janela, essa caixinha tão maior do que meus olhos embaçados de chuva e neblina. Não contento, meu intento, recolho-me com uma leve ansia.
À espera de resposta, que nunca cheguem, sigo, o que há atrás do que não vejo?
ou espero o sol, para abrilhantar o que imagino ?
O que desperta esse olhar que atravessa a janela, que espreita cada singelo movimento
O frescor das estrelas, talvez, tragam mais conforto.
Em meio a escuridão de pensamentos soltos, tento, com ajuda delas, ligar-los.
Elas, de fato, me confortam. Mas instigam ao mesmo tempo.
E cá estou de volta, sempre de volta, volto, ao ponto de partida.
Uma à uma, construo uma cadeia (que de início desconexa)... fazem algum sentido, embora turvo.
E que o caminho, que agora se denserola, mesmo estranho, leve-me ao que anseio, mas senão que uma nova descoberta, amenize estas embriagadas sensações de conhecer.
Esse caminho novo, que tem feições antigas, o que me encoraja e conforta.
Tenho a estranha sensação de que alguém me acompanha.
Sinto o vento aqui.
Sinto o abraçar do dia que chega, com ele um tapete de luz...
Não sei se as idéias começam a clarear, mas tudo parece mais brando... mais palpável.
Se é fato que com três linhas eu poderia construir um triângulo, estável... tranquilo.
Mas insisto em querer decifrar as quatro linhas.
Mesmo não sendo agora, hoje.
Pode ser daqui a pouco, ou quem sabe nunca.
Quatro possibiliades? quatro caminhos? quatro...
De volta ao quarto.
São quatro e nenhum, delicioso contraponto de se somar e não se ter.


Ao contraponto de todos os dias, ao sempre e insistente congelar e moldar de pensamentos contrários. Obrigada !

29 de jan. de 2011

Consoantes e vogais, juntas .




Elas conseguem o que ninguém consegue...
Eu, no entanto, tento cada dia mais me aproximar e recolhê-las como lírios espalhados pela coberta mista de grama verde e céu cinza lá fora.
Como são agradáveis, e duras.
Talvez não existe algo que tenha a coragem e a sutileza, a viagem que tens. Eu afirmo, por tudo que vi(vi) que até então é fato e concreto, e nem tanto.
Maravilho-me constantemente, inevitável. Elas estão em todas as partes, em tudo. E como contrange...
Engraçado como me sirvo delas e elas também, se servem.
Não, nada disso que pensas... É ajuda mesmo, cumplicidade, favor.
Amizade, melhor intento, desígnio, por certo.
E como é bom deitar e tê-las, em minhas folhas amargas e amarelas do dia-a-noite que vem com força, e como é agradável descobrir-las em cada passo desse meu caminho que só se define com sua mão, e como é singelo o teu abraçar de lã, o teu beijo gelido e acalento nessas tardes de água fina que cai...
E como é forte o seu pulso, seus exageros de frases, palavras ou vogal.
Ahhh, alegro-me simplesmente em te ver, em tua comparência viva e nítida ao me cercar.
Não saia, ao menos na porta pra olhar ao dia ou noite sem ao menos me convidar, ou até mesmo de se enconder nesse nosso porão que só nós conhecemos (ou não), ou ainda não constures os meus pensamentos límpidos, façam sempre assim: navegação, travessia, linhas curvas, liquidificador.
E não deixes, principalmente de me agasalhar com suas aventuras por mim.
Só assim e somente assim encontrar-me-ei em ti, em vocês, letras.

12 de nov. de 2010

Seu azul .


Se nem você mesmo se entende como exigir isto dos outros?
Não, é até meio inconciso e incompreensível da sua parte e não da dele...
Hoje de fato não é um dia bom, o sol se pôs mais cedo e a lua não apareceu para tentar aquecer o meu congelar.
Nada do que possa ser realmente carinhoso consegue acalentar isso que se veste, sem querer, mas que denuncia tamanha vontade de um abismo e rede de amparo. Aquela vista mista de algodão e lambidas doces no rosto, cantores em nós, melodias sem letras e sermos enfim canção.
O que de fato modifica e leva àquele leve sorriso no canto da boca, singelo...
O dia, por vezes, era ali e só ali e tudo era nada diante de todo esse laço, abraço.
Os tempos que se foram estacionaram, me vêem à tona e dilacera, de sorrisos e lágrimas os minutos à sós em que só pertenciam à nós, eles só tinham gosto e cheiro aqui.
E agora, são memórias...
São momentos expansivos e me tomam como a uma onda de emoções inconstantes de um mar de coisas e detalhes que sempre fizeram toda diferença, era nossa diferença de viver.
Como gosto disso, e nem tanto.
Sei que descansas, mas que permaneces viva aqui, nesse teu lado do cubo roubado e pintado de azul.