Em meio a alma empoeirada, eis o bolso exposto, a sentir.

18 de jun. de 2010

Lembranças


De repente me deparei que meu jogo era aqui dentro e que eu nem mesmo jogava, apenas assistia.
Nada fica parado no lugar, tudo se movendo pra encontrar
talvez aquilo que nem saiba ao certo,cansada talvez disso temporiamente me deparo com quem não busquei e Reencontro você dentro de um livro antigo.
Minhas antigas verdades viram mentiras, construo uma idéia impensada e tudo muda, como o sol em lua...
Meu liquidificador dilacera e mistura todos os sentimentos antes solidificados em meu quarto.
Já não sei de onde vens, mas existe de tão forte e lembrança.
Ahhh se eu pudesse ao menos beijar com os olhos que não te vêem de tão nebuloso e cego, nossas intimidades vivas em despontar de nossas peles em transe e em órbita que hoje não passam de penas soltas no vento lá fora.
Um milagre novo por segundo era reveillon a cada instante debaixo da chuva que contemplava com seu véu, durante a negritude de uma madrugada qualquer de novembro.
Tanta novidade era comum em um mundo sobrenatural e [in]diferente.
Satisfazer cada pêlo que se movia ao compasso da dança que soava com a ajuda da água que pincelava o chão ao redor.
Conseguia apenas dar significado à tudo que era preto e branco, e colocar mais luz no sol...
A realidade era apenas final de linha, nem queriamos chegar lá mesmo, não importava. O que era de real interesse, de incomum, era a rede a esperar em mais uma tarde, o embalar dos braços entrelaçados que firmava a idéia do elo e o sol se deitava com a gente.
Não existem frações, nem ao menos pedaços, existiam inteiros, apenas um.
Aqui, no final da linha, a claridade se traduz: Meu livro era eu, meus sentimentos estão por aqui. Ainda existe um sofá e a aquela lareira com a lenha que conseguiamos todos os dias.
Contemplar a nossas contelações sempre foi ser a melhor vista.

Meu eu-lírico emprestado...