Em meio a alma empoeirada, eis o bolso exposto, a sentir.

6 de mai. de 2011

Auto-indefesa .




Setas e mais setas.
Quero um dia ter essa rede e em repouso poder dizer, enfim, que passou.
Mas vem cá,
acreditas mesmo que me atinge ?
Incrível como pensas e iludes sua circuntâncias pesadas ao meu redor.
Canso não disso, mas da insistência.
Não vês, com toda certeza, minha armadura de esmeraldas e meus pés firmes e compactos.
Ahh, eu não me canso. Eu me reforço, me encaro e vejo meu espelho.
Não vais conseguir.
Eu estou preparada, sempre estive e hoje te enchergo pelo espaço que me cabe ver.
Não me detenho ao te expulsar daqui, do meu e só meu armário.
Nem vem, nem se desgaste tanto, é inútil.
Estou armada, estou a espera de uma brecha, estou perto.
Venha aqui, tente ao menos entrar.
Estou armada e protegida, nem tentes.
É disso que eu vivo, é nisso que me sustento, não queira.
Nem seques ou ilumines o meu rosto, estou suada e forte, pulsante.
Não venhas, não tens espaço em tanta parede.
Não percebes que meu coração é assim, fixo e cheio de barreiras ?
Sou insuficiente, sou incapaz, sou pouco.
Quem sabe um dia, deixe a porta entre-aberta.
Quem sabe ?
Eu não sei.
Eu quero e sempre quis estar aqui, mas você insite em me querer em tudo.

4 de mai. de 2011

Alado .



Em intimidade e discordância comigo, acalento-me e acelero.
Talvez seja mesmo um daqueles momentos em que algum eu fale mais alto, em confusão com tantos e um.
Descompasso.
Tento o contrário do que o inconsciente pede e consegue.
Será que em algum instante eu me conheci? Soube o que queria fazer ou o que é melhor?
Melhor, porque a rua torta ou ainda, à volta?
Não dá pra entender, não dá pra me entender, não dá pra achar.
As circunstâncias parecem tão poderosas, como quem rouba o calor do sol e esconde de tão escuro...
É natural eu não ver? Porque não dou ouvidos ao vento? Leve, simples, claro.
E machuca, aperta e me coloca na caixa que se diz minha e que eu não quero, pequena pra tamanha verdade, pra tanta vontade de pássaro, voar.
Não, também não digas que é banal ou, muito pior, besteira.
Talvez eu apenas não coloquei os sapatos, ou ainda não peguei aquela passagem pra linha reta que fica logo ali.
Perdoe-me.
São apenas colunas, são paredes, são papéis que ainda precisam de cor.