Em meio a alma empoeirada, eis o bolso exposto, a sentir.

15 de ago. de 2010

Lápis de cor


Considero este caminho, o vejo como parte, definitivamente.
Estando eu a caminho dele, não fui um passo a frente do que deveria. Congelo meu andar com um ar de diretor e [me]projeto.
Pode ser até que as flores me acompanharam, os rios me saciaram a sede, mas o sol esquenta demais...
Em uma câmara escura, decifro o filme que roda em segundos, meus passos soltos, define mochila de alpinista, cheia, pesada, buscando o cume, o alto e admirar.
Talvez o sol nem queira me queimar tanto, talvez queira ser meu amigo mesmo. Minha mochila anda cheia da falta de objetos, de claridade. O sol percebeu isso, quer chamar minha emoção.
A lua me empresta seu tapete e os tons sombrios em volta me aconchega, no entanto, o descanso ela não me concede. Os sonhos me visitam e vejo minha bicicleta de quando eu tinha uns 10 anos, ela realmente trilhava o que hoje eu não consigo sozinho.
Infelizmente ela não está aqui e se tivesse, ahhh, desaprendi com tanta facilidade a andar imagina pedalar, meu espaço de equilíbrio ficou guardado por ai...
O que está aqui, enfim?
Meus dedos e seus calos, meus livros e um chá morno em cima da mesa, meus pensamentos,a famosa voz de ouro embaçada pelo tempo, meus sonhos, meus caminhos, meu lápis em fila, a espera do apontador.
Renovar?
Como você me pede isso?
Os sapatos estão apertados, eu sei, sinto muito isso, é...eu sinto muito.
Minha mortalidade demonstra tudo, nem ao menos sei sentir meu perfume, ou fazer um café para visita.
Entenda, o que eu quero é somente os lápis.
Todos eles com todas suas cores, aqui de volta.


Dedico a vida do viajante, ao caminho dele, e ainda a nossa homogeneidade de acontecidos.